O processo de escolha do nome do bebê é uma das primeiras coisas que costuma iniciar quando a gente descobre a gravidez... ou até quando ainda a estamos planejando. Tem gente (como eu) que já mantinha uma listinha de possíveis nomes para os filhos desde a infância.
São muitas opções de escolha. Há pais que gostam de ser originais, mas é arriscado cair no campo das esquisitices. Há os que preferem selecionar os nomes comuns, mas isso também não assegura que a criança irá gostar dele no futuro. O senso comum e alguns estudos mostram que o nome é um dos componentes das "primeiras impressões", seja em um Curriculum, em uma festa ou nas redes sociais, fazemos interpretações com base no nome.
O nome é o primeiro presente que os pais dão ao seu filho... e é uma escolha de muita, muita responsabilidade, já que ele terá que carregá-lo pelo resto da vida, gostando ou não.
O meu pai sofreu muito por conta do nome que ganhou ao nascer... não por conta da escolha de seus pais, mas das circunstâncias em que foi registrado. Os meus avôs, imigrantes japoneses, não entendiam muito e falavam pouquíssimo do nosso idioma em seus primeiros anos no Brasil. Naturalmente, escolheram nomes japoneses para os seus filhos, quase todos nascidos em território brasileiro (com exceção da primogênita, minha tia Rosa, que chegou aqui com 1 aninho). Um complicômetro é que o japonês usa cinco sistemas de escrita diferentes: rōmaji, hiragana, katakana, kanji e os algarismos indo-arábicos. Para os nomes de pessoas, é utilizado o kanji. Alguns sons que usamos em palavras em português não são usados pelos japoneses (como o "V" e o "L"). Bom... resumindo, o resultado foi que a grafia dos nomes do meu pai e de seus irmãos não representa exatamente o nome que meus avôs escolheram para eles e, em alguns casos, não ficaram muito agradáveis para se utilizar. Cada um deles, "adotou" um nome brasileiro para se intitular tendo o privilégio de escolher seus próprios nomes.
Após muita burocracia e muitas tentativas, o meu pai conseguiu ter o seu nome alterado oficialmente. Isso ocorreu poucos anos depois que eu nasci e, por conta disso, eu tenho 2 versões de Certidão de Nascimento.
Quando eu fiquei grávida pela primeira vez,
a escolha foi muito simples e ocorreu antes de descobrirmos o sexo do bebê. Eram nomes que a gente já pensava, desde antes de começarmos a tentar engravidar.
Eu adoro o nome da LUÍSA, mas existem 2 inconvenientes: (1) o nome permite grafias diferentes o que, invariavelmente, leva as pessoas a errarem a forma como se escreve; (2) o nome tem sido bastante usado ultimamente e, apesar de na sala da Luísa ela ser a única com este nome, há outras em sua escola (entre 50 alunos da Educação Infantil).
Nesta segunda gravidez, foi fácil escolher o nome de menino. Pode parecer estranho, mas a escolha não foi Ricardo - nome escolhido para o nosso primeiro filho, caso fosse do sexo masculino. Havíamos escolhido Eric e até já estava decidido que o tema do quartinho seria o politicamente incorreto e polêmico
South Park (e o rechonchudo Eric Cartman).
Agora que descobrimos que teremos mais uma menininha, o processo de seleção continua, apesar da lista dos 12 nomes candidatos iniciais estar se reduzindo...
Eu acho importante verificar se o nome escolhido combina com o nosso sobrenome.
Eu também não gostaria de escolher o mesmo nome de alguém próximo a nós ou de alguém muito famoso...
Também me preocupo com os apelidos que o nome pode trazer e, claro, com o significado do nome.
Não quero escolher nomes muito diferentes, que estejam na moda hoje, mas que podem soar esquisito no futuro... mas também não quero um nome muito comum, que precise sempre estar acompanhado do sobrenome para trazer sua identidade. Dei uma olhada na
lista do Babycenter com os 100 nomes mais usados para os bebês nascidos em 2011 no Brasil, para tentar não selecionar um dos
top ten desta vez (nesta lista, Luísa/Luiza é o 9º nome mais usado para os 60 mil nascimentos registrados pelas mães da comunidade em 2011).
Podemos ouvir a opinião das pessoas que gostamos, especialmente a dos nossos pais e irmãos, mas não é bacana pedir a opinião de muita gente. Sabemos que é dificílimo haver unanimidade e podemos acabar descartando todos os nomes de nossa lista ou podemos ficar frustrados com o julgamento de nossos amigos aos nomes que a gente mais gosta.
Tenho um casal de amigos (Luiz Paulo e Sueli) que utilizou uma técnica interessante para selecionar o nome dos dois filhos: colocaram uma lousinha na geladeira e qualquer pessoa que os visitava poderia escrever uma sugestão de nome lá, mas somente um dos pais poderia apagar um nome (que não voltaria mais para a lista), até que restassem poucas opções para a seleção final, feita pelo casal.
Pude ver a experiência de escolha de nomes levada ao extremo no programa de TV "
Pregnant in Heels". Foi a única vez que assisti a este programa, num daqueles momentos em que não se tem nada melhor para fazer. Pesquisei na Internet e vi que o episódio ao qual eu assisti era o
Piloto, no qual um dos casos atendidos pela
Maternity Concierge (sim, ela ganha dinheiro com isso!)
, Rosie Pope, foi o de
Samantha Ettus, uma autora americana, grávida de seu terceiro filho (o primeiro menino), que queria ajuda para escolher um nome de impacto para o seu bebê. Bom... coisa de quem tem dinheiro de sobra, claro, mas foi
ridículo interessante ver as diversas ferramentas utilizadas pela consultora para tentar ajudar na escolha do casal - o que incluiu a realização de um
Think Tank, de um
Focus Group com a participação de vários
experts (em marcas, em língua, em poesia, ...) para avaliação da lista bruta e de um jantar com os amigos do casal para refinar a lista dos nomes finalistas. O pior é que, ao final, o nome que o bebê ganhou foi "Bowen Asher", um nome que nem os grupos e nem os amigos do casal haviam avaliado como o melhor... vai entender!