Mas o objetivo deste post é comentar sobre outros irmãos de leite, que minha Luísa provavelmente nunca vai conhecer, mas que estão sendo beneficiadas pelo leitinho que ela me ajuda a produzir. São bebês que correm risco de vida, têm baixo peso ou são prematuros... e cujas mães, por algum motivo, não podem amamentar.
Li neste artigo que cada mãe pode produzir, em média, 3 vezes mais leite que seu bebê consome. Eu comecei a doar o excedente de leite materno no finalzinho de Janeiro e pretendo continuar (pelo menos) até voltar a trabalhar, quando ela estiver com 6 meses.
Não consigo bombear leite após todas as mamadas, mas tenho coletado 100-160 ml diariamente, sendo o maior volume bombeado quando vou me deitar (já que minha Luísa tem dormido direto das 22h às 6h). Isso também me ajuda a dormir bem, não sendo incomodada pelo excesso de leite acumulado.
Já vi depoimentos de mães que guardam o leite materno congelado por muito tempo para garantir o suprimento de seu próprio bebê. Entretanto, o Ministério da Saúde (em sua cartilha sobre Aleitamento Materno) preconiza que o leite pode ser guardado com segurança por até 24h na geladeira e por até 15 dias no congelador/freezer.
Você provavelmente encontrará dados e pesquisas que sugerem que o tempo de armazenamento pode ser bem superior ao descrito acima (há informações de que o leite pode ser armazenado por até 5 dias na geladeira, 15 dias no congelador ou 3 meses no freezer). Entretanto, deve-se saber que tais pesquisas consideram uma faixa rigorosamente controlada de temperatura e foram feitas em países de clima mais frio. Além disso, quanto menor o tempo de armazenamento, maior a certeza da qualidade do leite e de sua adequação ao bebê, uma vez que o leite materno sofre mudanças em sua composição ao longo do tempo, adaptando-se às necessidades de cada uma das fases de desenvolvimento do bebê.
Como já mencionei anteriormente, você pode necessitar ou desejar extrair seu leite por diversos motivos. Por que não considerar a doação?
Há cerca de 200 Bancos de Leite no Brasil, que são responsáveis pela coleta e distribuição de leite humano pasteurizado e com qualidade certificada. Para a OMS, a rede de bancos de leite tem se revelado uma importante aliada na redução da mortalidade infantil.
Em São Paulo (Capital), o centro de referência é o Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros. A coleta da doação pode ser feita em domicílio, em periodicidade semanal ou quinzenal (não há quantidade mínima para a doação). O BLH também fornece vidros esterilizados e outros acessórios para a coleta, além de todo o suporte e informações necessárias para o processo. Na primeira coleta, você precisa mostrar os exames do período pré-natal e fornecer outros dados para classificação e garantia da qualidade do leite que vai fazer a diferença para tantas vidas!
Vejam este vídeo, super informativo e que mostra a importância do leite materno e de sua doação.
Quem não tem filhos ou não amamenta também pode ajudar: o instituto carece de doações de frascos com tampas plásticas - como os de maionese ou café solúvel. É importante que sejam de vidro, pois passam por um processo de esterilização. Pelo telefone 0800-267788 é possível agendar a entrega dos recipientes ou obter informações sobre como deixá-los nos postos de coleta.
SAIBA MAIS:
* Site da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano;
* Página da Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno (Ministério da Saúde);
* Site da AMS Brasil (Aleitamento Materno Solidário), onde há também a relação completa de centro de referências de BLH + Comunidade no Facebook e Grupo de Discussão;
* Informações detalhadas e ilustradas sobre a coleta e armazenamento de leite materno;
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