Boas-vindas e Contadores

Este Blog já está em sua terceira versão! Aqui eu me sinto à vontade para ser eu mesma e escrever sobre qualquer coisa que povoe a minha mente. É onde eu desabafo, reflito, compartilho experiências e descobertas, mantenho registro de momentos felizes e de desafios superados, guardo um arsenal de boas memórias, pensamentos e reflexões para me ajudarem nos dias difíceis... Sejam bem-vindos e não pisem na grama, rs... Ah! Se quiser trocar ideias e compartilhar experiências, visite a Página no Facebook, que é uma extensão deste Blog (e acho que os recursos são melhores para todo mundo acompanhar e palpitar)!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Perda

Pouca gente sabia sobre a minha terceira gravidez, mas nós estávamos em festa desde a descoberta, no dia 02/02/2016, com um teste positivo de farmácia e os tradicionais enjôos que me acompanham desde os primeiros dias de gestação!
Na noite daquele mesmo dia, quando contamos a notícia para nossas filhas, a Luísa (5 anos) disse que não era uma novidade, pois já sabia que o seu irmão Leo viria! - Eu expliquei que ainda não sabíamos se o bebê seria um menino ou uma menina, mas eu já havia pego a guia de todos os exames de Pré Natal, incluindo o pedido do exame de sexagem fetal (para o qual teria que aguardar a 8a. semana de gestação). Infelizmente, não houve tempo.
A Ísis (3 anos) disse que queria outra menina, para brincar de boneca com elas.

Tenho um primeiro registro feliz de nosso bebê: o seu coraçãozinho pulsando em meu ventre, com 6 semanas de vida (dia 05/02). Como é grande a emoção quando temos esta primeira visão.
Não sei por que e nem acho que seria esperado que eu soubesse, mas quando realizamos o segundo ultrassom, com 7 semanas (dia 12/02), vimos que o seu coraçãozinho já não batia.
Ainda com uma ponta de esperança, repetimos o exame no dia seguinte, com o médico que fez o parto da Ísis, mas o quadro foi confirmado.
Simples assim... Nenhum sinal de má formação, nenhuma anormalidade, somente um silêncio profundo, uma ausência de vida, uma tristeza imensa... a queda de um sonho.

A parte mais difícil foi tomar coragem para compartilhar a notícia com as meninas, que nas últimas 2 semanas não paravam de falar do irmão Leo. Mas elas são dois anjinhos e nos fazem sorrir até no momento de dor...
O papai assumiu bravamente a missão e contou que estávamos tristes porque o bebezinho não viria agora, que não estava mais na barriga da mamãe e que o Papai do Céu iria cuidar dele agora.
A Luísa, sempre surpreendente, falou que o papai do céu quis o Leo de volta e ainda falou com um arzinho de lamento: "Ai, ai, ai, Papai do Céu!".
A Ísis queria ver o Leo, já que ele tinha saído da minha barriga... Eu fiquei muda, mas a Luísa explicou para a irmã que o bebê ainda era do tamanho de uma bactéria, que não dava para ver. Depois a Zizi ficou mandando beijinhos para o céu... mas ainda perguntou umas duas ou três vezes se o Leo já tinha voltado.

Acho que nunca chorei tanto quanto naquela sala do Laboratório e nos momentos e dias seguintes. É estranho lidar com a perda de alguém que nem cheguei a conhecer, mas que já acalentava, por quem já vibrava muito amor, alguém que já fazia parte da família. Mas faz parte da vida... Sei que esta é uma daquelas situações em que não temos outra escolha, senão aceitar. Esta é mais uma oportunidade para eu aprender a lidar com as perdas e frustrações.

Dizem que não deveríamos compartilhar a notícia da gravidez antes das 12 semanas de gestação, quando passa a fase mais crítica, mas como eu poderia não compartilhar a tristeza da perda também? Acho que ficaria louca...
É muito bom acreditar em um Deus bom e justo, que sabe o que faz, ainda que a gente não consiga entender. Sei que tudo serve a Deus e que tudo concorre para o nosso próprio bem, então precisamos seguir em frente...

A parte chata agora é lidar com o desfecho. Tenho consulta com a minha médica hoje à noite e estou um pouco aflita. Não sei se irei aguardar o organismo liberar naturalmente (já existe um sinal de descolamento de placenta, mas o processo é lento) ou se me submeto a uma curetagem. Força, foco e fé... e orações, por favor!
-- Aguardei 10 dias, na tentativa de que tudo se resolvesse de maneira natural, mas não foi possível. Acabei realizando o procedimento cirúrgico de curetagem. Saí da maternidade de braços vazios e com o coração partido.

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