Existe muita discussão sobre o assunto: torcida a favor do parto normal, natural, em casa, na banheira... Há também quem não quer nem pensar no assunto e prefere logo marcar a cesárea e ir para a maternidade (com o cabelo liso e escovado, unhas feitas e depilação em dia...), no horário marcado, e resolve a questão sem correrias e surpresas!
Os 4 partos da minha mãe foram normais e das minhas 2 irmãs mais velhas também... será que é hereditário?
É gozado que, antes de ficar grávida, eu achava que esta era a grande questão... Mas, depois de tudo o que já passei, sei que este é só o desfecho deste longo período de preparação, mudanças (e quantas!) e espera... e a recepção da minha bonequinha do lado de cá, início de uma nova fase de desafios!
A minha ginecologista/obstetra disse que eu até posso ter preferências, mas não serei eu que vou decidir e, sim, o quadro como um todo. Vamos acompanhar passo a passo: dilatação, posição do bebê, contrações, batimentos cardíacos e decidir na hora oportuna o que será o ideal para mim e, mais importante, para a Luísa vir ao mundo com segurança e tranquilidade.
Sou do tipo que planeja tudo com antecedência para nada sair “errado” – mas quem disse que planejamento é garantia de sucesso? Aprendi que a gente programa as coisas até certo ponto e, depois disso, vamos dançando conforme a música, de acordo com as variáveis que a vida nos apresenta.
É claro que dá medo do desconhecido... Pra falar a verdade, mais do que a questão "Parto normal ou Cesárea", o que mais me causa ansiedade é o mistério de quando será, onde estarei, quem estará comigo, se a bolsa vai estourar, se vou notar quando estiver tendo contrações ou se não saberei identificar, se será rápido ou se levará horas... Achei uma matéria interessante sobre isso, na Revista Crescer, que replico abaixo:
Entrei em trabalho de parto!
Saiba reconhecer os principais indícios de que ele vai começar
(por Deborah Kanarek)
A hora certa de ir para a maternidade é uma das principais dúvidas quando se chega ao fim da gravidez. Alguns sinais indicam que o momento está próximo, mas eles variam de mulher para mulher e diferem a cada gestação. Se você está tentando imaginar o começo do seu trabalho de parto, saiba que o mais provável é que ele se inicie na forma de cólicas. De acordo com o ginecologista e obstetra Edilson da Costa Ogeda, esse é o sinal de largada para 60% das mulheres.
Outro indício de que chegou a hora é a ruptura da bolsa, identificável pelo vazamento de líquido amniótico pela vagina, que ocorre em 20% das gestações. “O aviso também pode aparecer na forma de um pequeno sangramento. E, em menos de 2% dos casos, as mulheres não chegam a ter nenhum presságio”, diz o médico.
Conhecer um pouco sobre cada um desses sinais de alerta pode ser útil para avaliar, com mais precisão, principalmente na primeira gravidez, se realmente é o momento de pegar as malas e ir para a maternidade ou se trata de um alarme falso. “No fim da gestação, a ansiedade aumenta, o que costuma atrapalhar a interpretação dos indícios”, lembra Ogeda.
Contrações
Embora elas sejam o prenúncio mais comum do início do trabalho de parto, na forma de cólicas, são também o sinal que mais confunde as grávidas. Isso porque o nono mês de gestação é um período no qual a mulher pode se sentir menos confortável com o corpo. É normal que ela esteja inchada, registrando uma pressão maior sobre os órgãos internos e sentindo mais o peso do bebê, que vai encaixando-se na pelve. Tudo conspira para que ela confunda pequenos mal-estares com cólicas, afirma Ogeda.
Mas o que são essas cólicas? “Para tirar a pasta de dente do tubo é preciso apertá-lo. Da mesma maneira, um bebê precisa de contrações para sair do útero”, compara o ginecologista e obstetra Rubens Paulo Gonçalvez. As dores, inicialmente pequenas, são o resultado desses movimentos. Elas aparecem na parte final da coluna, ou na bexiga, e são acompanhadas do endurecimento do útero, diferentemente das contrações normais e indolores que ocorrem a partir do quinto mês, quando a barriga endurece e amolece, sendo conhecidas como contrações de Braxton-Hicks.
O falso início do trabalho de parto se caracteriza ainda por contrações com intervalos irregulares. Em alguns casos, as dores, principalmente no baixo ventre, podem até ficar mais fortes em um curto período, mas costumam regredir rapidamente. Perceber todas essas diferenças não é mesmo fácil. A analista contábil Patrícia da Silva Oliveira Machado, chegou a ir para a maternidade e ser mandada de volta para casa em duas ocasiões durante a gravidez. “Perdi a conta de quantas vezes liguei para o médico nas últimas semanas de gravidez”, conta.
Para evitar esse vai-e-volta à maternidade, a grávida deve observar se as contrações são regulares, se a intensidade tende a aumentar e se o intervalo entre elas diminui. “No primeiro filho, espere para sair de casa quando contar contrações regulares a cada cinco minutos, por cerca de 40 minutos”, explica Gonçalvez. “A partir do segundo filho, principalmente se os outros nasceram de parto normal, é melhor não esperar tanto.”
Rompimento da bolsa
Quando a bolsa que envolve o bebê se rompe, o nascimento costuma ocorrer em, no máximo, 24 horas. “Após 12 horas, convém induzir o parto, pois há risco de contaminação do interior do útero”, avisa Gonçalvez. Mas a ruptura da bolsa nem sempre é tão fácil de identificar. Quando acontece na parte inferior, um volume grande de líquido vaza de uma só vez. Se ela se dá em regiões mais altas, os jatos são intermitentes e menores, como se a grávida estivesse perdendo urina. Para tirar dúvidas, saiba que o líquido amniótico tem um cheiro bem diferente do da urina e a coloração lembra água-de-coco.
O obstetra Gonçalvez recomenda usar calcinhas brancas no fim da gravidez. No caso de ruptura da bolsa, isso facilita ver a coloração do líquido. Caso o bebê tenha evacuado, o líquido ficará esverdeado, o que pode indicar necessidade de maiores cuidados.
O trabalho de parto pode ainda começar com um sangramento, conforme a localização da placenta, explica Gonçalvez. “No caso das placentas conhecidas como baixas, prévias ou marginais, geralmente diagnosticadas no pré-natal, um sangramento vermelho-vivo poderá ocorrer nas primeiras contrações ou mesmo sem elas”, diz o médico. Já a perda do tampão mucoso, de aspecto gelatinoso, que protege a entrada do útero, indica que o fim da gravidez se aproxima. A perda, com ou sem sangramento, pode acontecer de algumas horas até 15 dias antes do parto.
Calma!
Como se vê, não faltam sinais que indicam que o trabalho de parto vai começar. E, se você está certa de que apresenta algum deles, acalme-se. “Só nos filmes e, em raríssimos casos, os bebês nascem antes que a mãe consiga chegar à maternidade”, afirma Ogeda.
Mesmo assim, há quem fique aflita no finzinho da gravidez. No caso da pedagoga Luciana Mina, mãe de três filhos, durante sua última gravidez, aconteceu um misto de ansiedade e preocupação de que o bebê passasse da hora. “Meu coração acelerava, as contrações aumentavam, já não conseguia mais contar os intervalos, meu marido ficava nervoso, e as contrações pioravam, aí o jeito foi ir para a maternidade, porque ninguém mais tinha condições de avaliar se a hora tinha mesmo chegado”, diz ela.
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